Raimundos no auge... Vendas a mil... Clipes no Top 10 da MTV... Agenda cheia... Patrocínio de instrumentos musicais... Lançamento de DVD ao vivo... Toda essa onda de sucesso não foi suficiente para segurar Rodolfo no “mundão”, pois o que ele conheceu foi muito mais forte. Rodolfo conseguiu romper uma barreira difícil nos dias de hoje: ser um artista que se converteu no auge da fama. Com essa atitude, mostrou que para seguir Jesus não precisa cair no ostracismo e lançar um CD evangélico para fazer fama entre a “crentaiada”.
Ninguém entendeu nada quando Rodolfo Abrantes, então vocalista dos Raimundos, anunciou que sairia de um dos mais bem sucedidos grupos de rock brasileiro dos últimos tempos. Cansado da rotina de incorporar um personagem com atitudes e posturas que não condiziam mais com sua realidade, o rapaz causou polêmica ao admitir que sua vida mudou. Motivo: Confessou o Senhor Jesus Cristo como único Senhor e Salvador de sua Vida.
Como não poderia deixar de ser, isso foi prato cheio para que parte imprensa fizesse a festa com sua imagem. De um dia para o outro, o ex-vocalista dos Raimundos foi tachado como maluco por rasgar dinheiro ao renegar seu passado e se tornou motivo de chacota em paródias envolvendo seu nome, spams e toda uma variedade de zoações que criticavam sua postura em relação a esse gênero "libertário" que é o rock’n roll.
Real Preconceito com Evangélicos
Rodolfo - Dá para sentir o preconceito das pessoas, muita gente é assim. Você fala que é evangélico e o pessoal já te imagina de terno, com uma Bíblia debaixo do braço pregando nos ônibus. Imaginam um cara que não vê TV, não ouve música e é cheio de restrições em relação a comportamento – do tipo "não pode isso, não pode aquilo" - E considero isso até uma visão bastante antiquada do que é ser cristão; Jesus veio para te dar liberdade, para te tirar do julgo de escravidão que o mundo te coloca e não para te escravizar.
Então é uma coisa que vai justamente de encontro a isso, as pessoas são muito preconceituosas quando o assunto não esta na tv ou na moda. Mas já estou acostumado com isso, já fui discriminado por várias razões: por ser tatuado, por falar palavrão nas músicas, por usar brinco, por ser nordestino...
Então isso não é novidade para mim! E é engraçado porque quando eu estava lá na estrada da autodestruição, todo mundo batia palmas. E depois que virei cristão, todo mundo começou a falar que eu estava louco. Rola aí uma certa inversão de valores e posso dizer que existe muita gente mais louca do que eu por aí dando uma de normal. Mas me alivia saber que essa perseguição e por causa do nome de Jesus. É uma honra estar nesse exercito.
Igreja
Estou na Bola de Neve em Balneário Camboriú. É até engraçado, pois já toquei pra milhares de pessoas e hoje tocando pra 20 ou 30 com um violão apenas, me sinto bastante feliz com isso.
Mídia
A mídia me chamava no começo da minha nova vida e ainda chama pra dar um ibope. Do tipo "olha a aberração", como se fosse a mulher de barba. Eles te chamam como um "Freak" e todo mundo quer ver você lá. A mídia fez uma verdadeira bagunça na minha vida e deu para ver quais são as verdadeiras intenções de quem está ali no comando. Eles manipulam muito e não interessa se você está falando a sua verdade – se ela não for interessante, eles inventam uma que seja. Vi muita sujeira, muita má intenção, muita maldade, exagero... Então foi uma ocasião em que pude saber muito bem com quem eu estava lidando – de uma forma dolorosa, mas eu fiquei sabendo como realmente funcionava a mídia. E deu para ver que é uma coisa meio picareta e eu não curto muito.
Tatuagens
Até um tempo depois que me converti ainda fiz algumas, mas hoje não faço mais. A própria palavra diz para não marcarmos o nosso corpo e além de doer muito tem todo um simbolismo relacionado a rituais pagãos. Muitas pessoas distorcem a Palavra de Deus pra poder se encaixar nela.
Conversão à Igreja Evangélica.
Aconteceu em um momento que precisava muito. Eu e minha mulher tínhamos uma vida muito doida. Ela muito drogada, eu também e ainda com doenças inimagináveis que preferia não ir ao médico para não ficar sabendo. Nossa vida era um inferno. Ela buscou ajuda, ligou para uma pastora, que começou a orar por ela. E algumas irmãs oravam com ela por telefone. Um dia, elas foram orar em casa. E num dia desses eu aceitei Jesus. Fui me libertando tão rápido de drogas e vícios, minha saúde melhorou tão rápido e de forma tão impactante, que não tinha como negar que era Deus fazendo aquilo. Meus sonhos, minha alegria voltaram. Podem me dar cem vezes mais dinheiro do que fiz com o Raimundos. Nada vai me fazer voltar atrás.
Hoje liberto e transformado o roqueiro e surfista, que vive em Camboriú, Santa Catarina, de onde sempre sai para dar seu testemunho em igrejas do País, contou apenas com um baixista, o cunhado Anderson, de 17 anos, e um baterista, Guilherme, seu amigo da igreja, para compor as canções do novo CD, com o qual quer alcançar seu público, seja ele evangélico ou não.
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Fontes - http://cliquemusic.uol.com.br/br/entrevista/entrevista.asp?Nu_Materia=3537
http://www.supergospel.com.br/entrevistas/entrevista.php?ent=35
http://txt.estado.com.br/editorias/2006/08/29/cad-1.93.2.20060829.25.1.xml
http://www.bolaradio.com.br/radio/entrevista.html
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